BRASIL É PRINCIPAL DESTINO DE INVESTIMENTO CHINÊS
Com investimentos em startups, infraestrutura e no setor de petróleo brasileiro, os aportes de empresas chinesas no Brasil mais que triplicaram em 2021 e voltaram ao nível pré-pandemia.
O país foi o principal destino do capital chinês no ano passado, com participação de 13,6% do total.
Em números: foram US$ 5,9 bilhões em 2021, valor 208% superior ao de 2020 em termos nominais, ano de queda por causa da pandemia, e o maior em quatro anos. Em todo o mundo, a alta foi de apenas 3,6% no ano passado.
Os números, que não consideram a inflação, são do Conselho Empresarial Brasil-China.
Destaques: a maior parte da grana (85%) foi para o petróleo, em especial para o acordo de coparticipação no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
Em volume de projetos, a área de tecnologia chama atenção. Na “bolinha de startups” do ano passado, o setor concentrou dez investimentos, quase um terço do total.
Só a Tencent, dona do WeChat na China, colocou dinheiro nos unicórnios Nubank, QuintoAndar, Frete.com e nas startups Cora e Omie.
A MSA Capital fez aportes em Nubank e nas foodtechs Cayena e Favo, enquanto a Ant Financial, fintech do Alibaba, comprou 5% da Dotz.
Outros destaques são a aquisição da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela Great Wall Motors e o leilão de privatização da CEEE-T, companhia de energia do Rio Grande do Sul.
QUEM GANHA E QUEM PERDE NA MP DO VA/VR
A medida provisória que altera regras do vale-alimentação e refeição tem até sexta (2) para ser sancionada, mas desagradou parte das empresas de benefícios ao trabalhador, que pedem veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) a alguns artigos da proposta.
Entenda os pontos mais polêmicos:
Saque após 60 dias: é o tópico mais criticado pelas empresas. O projeto diz que o saldo não usado por 60 dias poderá ser retirado em dinheiro pelo trabalhador.
A polêmica: as empresas afirmam que o artigo desvirtua o sentido da MP, já que nesse caso o trabalhador poderia usar o recurso para comprar qualquer coisa e não apenas alimentos.
Portabilidade: o trabalhador poderá escolher o cartão pelo qual vai receber os benefícios a partir de 1º de maio de 2023.
A polêmica: aqui há uma divisão entre as empresas tradicionais e as novatas. A ABBT, que tem entre os associados Sodexo, Alelo e Ticket, diz que a norma cria dificuldade para os empregadores e que a falta de regulamentação traz riscos jurídicos.
O iFood, que entrou no mercado há dois anos, diz que a medida colocará o poder de decisão na mão do trabalhador, mas também defende uma regulamentação. A fintech Caju diz que a falta de regramento pode prejudicar o setor.
Pagamento aberto: o trabalhador poderá utilizar o cartão em restaurantes que não sejam credenciados pela bandeira dele, desde que aceitem algum vale.
A polêmica: as operadoras tradicionais são contra e afirmam que não será possível garantir a qualidade da rede de restaurantes. As mais novas são a favor e dizem que terá mais competição e facilidade no uso do benefício.
Outras mudanças da MP: o texto proíbe que empresas de VA cedam descontos para os empregadores que contratam o serviço para seus funcionários. A medida ainda veda gastos que não sejam para a compra de alimentos, caso das bebidas alcoólicas, por exemplo.
O DRAMA DOS PUBS BRITÂNICOS
A crise da energia que elevou custos em toda a Europa agora ameaça a sobrevivência de uma tradição dos britânicos: os pubs.
O alerta parte de seis das maiores cervejarias do país, que pediram “intervenção imediata do governo” nas altas contas de energia, cujo valor chegou a aumentar 300% para alguns proprietários.
O que explica: a origem da crise energética está na guerra da Ucrânia, que limitou a oferta de gás russo à Europa e fez os preços dispararem. O gás é usado por lá em diversos setores da economia e também para aquecer as residências.
Alguns donos de pubs relatam estar gastando mais com energia do que com aluguel, em um momento que o número de bares na Inglaterra e no País de Gales está no menor nível desde ao menos 2005 –eram 39.970 em junho.
Para piorar, a maior produtora de dióxido de carbono (CO2) anunciou que vai diminuir a produção por causa dos custos. O gás é usado na fabricação das cervejas.
Verão do descontentamento: já mostramos como a inflação puxada pela energia resultou em uma leva de greves pelo país. As paralisações são comparadas às do “inverno do descontamento” no final da década de 1970 e serão um desafio para o próximo premiê.
Alívio: nesta terça, a UE (União Europeia) atingiu sua meta de armazenamento de gás para o inverno dois meses antes do previsto, anunciou Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
A média no continente chegou a 80%, diminuindo os temores de uma escassez no inverno, período em que as residências mais usam o insumo.