Nos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF), circula uma preocupação crescente entre os ministros em relação ao projeto de lei em andamento no Congresso Nacional, que busca restringir as saídas temporárias de presos em regime semiaberto. Segundo informações obtidas pelo UOL, há um consenso entre alguns membros da corte de que tal medida pode acarretar sérios problemas para a sociedade no médio prazo. Na última terça-feira (20), o Senado Federal deu aval a um projeto de lei (PL) que impõe limitações às saídas temporárias de detentos no Brasil, popularmente conhecidas como “saidinhas”. O texto agora seguirá para nova votação na Câmara dos Deputados. Para os ministros do Supremo, a proposta em questão desconsidera o papel crucial que as saídas temporárias desempenham na administração do sistema carcerário. Argumentam que, embora possa ser controverso, o benefício das “saidinhas” tem sido um instrumento importante na manutenção da estabilidade dentro das prisões, evitando o agravamento do caos prisional. De acordo com fontes próximas ao STF, o fim dessas saídas temporárias pode desencadear uma onda de rebeliões em grande escala nas principais penitenciárias do país. Em muitas dessas instituições, os detentos em regime semiaberto e fechado compartilham espaços próximos, às vezes divididos apenas por placas indicativas. Essa proximidade física entre os diferentes regimes é vista como uma medida delicada de equilíbrio, que pode ser facilmente perturbada pela supressão das “saidinhas”. A discussão em torno do projeto de lei reflete a complexidade das políticas penitenciárias no Brasil. Enquanto alguns defendem a restrição como uma medida de segurança pública, outros argumentam que a supressão das saídas temporárias pode sobrecarregar ainda mais um sistema prisional já saturado, resultando em consequências imprevisíveis para a estabilidade carcerária e para a sociedade como um todo.