Investigado por integrar organização criminosa que fraudou R$ 30 milhões do auxílio emergencial, um vigilante, lotado na Superintendência do Polícia Federal, em Brasília, ostenta vida de luxo nas redes sociais. Rafael do Nascimento Barbosa, 25 anos, teria recebido ao menos R$ 200 mil provenientes do esquema ilegal.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o segurança “ostenta nas redes sociais um padrão de vida incompatível com a renda de um vigilante terceirizado da Polícia Federal”. O perfil dele no Instagram está repleto de fotos de viagens a praias paradisíacas. Apurações apontam que o investigado cedia sua conta bancária para a movimentação fraudulenta dos recursos.
Hacker
O líder da organização criminosa desarticulada pela Polícia Federal (PF) durante a operação Saque Antecipado, nessa quinta-feira (11/8), era um hacker com alto conhecimento informático. O pirata cibernético chegou a criar um aplicativo falso da Caixa e a movimentar R$ 30 milhões em fraudes, envolvendo saques do auxílio emergencial. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva.
Francisco Bruno de Sousa da Costa, conhecido como “BRTurbo”, é apontado como o cabeça do esquema criminoso. O hacker seria o responsável por operacionalizar as fraudes e viabilizar os saques de auxílio emergencial. Segundo as investigações, o suspeito tem formação em análise de sistemas.
O hacker é sócio de uma empresa que tem como atividade principal “suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação”. Os investigadores identificaram que a empresa é de fachada. Antes de ser preso, o cyber-criminoso fraudou R$ 1,3 milhão no Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e foi alvo de mandado de busca por crimes cometidos pela internet cancelando multas e quitação de outras taxas. A apuração ocorreu no âmbito da operação Backdoor da PCDF.
Saque antecipado
A Polícia Federal, por meio de consultas na Base Nacional de Fraudes no Auxílio Emergencial (BNFAE), identificou diversos golpes ocorridos em 2020, 2021 e 2022 pelos criminosos. Os investigadores verificaram movimentações financeiras que superaram os R$ 30 mi.
Diversas contas bancárias foram abertas em nome de “laranjas” ou de pessoas de “confiança” para movimentar valores para as contas bancárias, cuja diversidade é necessária para evitar o bloqueio do dinheiro desviado das contas da Caixa, na ação cibernética.
As evidências encontradas até o presente momento mostram claramente a existência de indícios da prática do crime de fraude eletrônica praticado por organização criminosa, cujas penas se somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.