A iniciativa é parte da Operação Stalking, que começou no dia 1º de agosto para celebrar os 16 anos da Lei Maria da Penha. É a primeira vez que tantos suspeitos são presos de uma vez só por crimes contra mulheres. Entre os detidos, está o agressor de uma juíza fluminense, que não teve o nome divulgado.
De acordo com a delegada Fernanda Fernandes, titular da Delegacia de Atendimento de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a prisão dos suspeitos previne futuros feminicídios.
Ela disse que um dos detidos foi encontrado perto da casa da ex-companheira com uma arma.
“São homens que perseguiam vítimas depois do término do relacionamento, iam ao trabalho, apareciam na casa, faziam ameaças de morte. São comportamentos que mostram que a violência não vai parar, que está em uma escalada. Esse homem que foi preso com uma arma iria consumar o crime que tanto ameaçava cometer”, diz ela.
Segundo a delegada, um dos objetivos da operação é mostrar que as mulheres devem denunciar os casos assim que começam a sofrer ameaças.
“Quando não há violência física, as mulheres muitas vezes não procuram ajuda por acharem que não vão conseguir ter provas. Nos casos de perseguição, de stalking, conseguimos levar o homem à prisão com testemunhas, trocas de mensagem de WhatsApp, postagens em redes sociais. Um dos suspeitos presos, por exemplo, telefonou para a vítima 80 vezes em um único dia, o que configura a perseguição”, afirmou ela.
A delegada Gabriela Von Beauvais, diretora do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), também pediu que as mulheres denunciem os casos.
“Infelizmente, a violência contra a mulher atinge a todas nós. Se for ameaçada, procure uma delegacia, não deixa a violência entrar em uma escalada. Sabemos que é difícil denunciar, mas já uma rede de apoio além da polícia. Contamos com o Ministério Público e a Defensoria Pública também”, disse.