A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos extremistas do 8 de Janeiro já possui cinco pedidos mirando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram protocolados requerimentos para ouvi-lo no colegiado, solicitações de quebra de sigilo telefônico e bancário, além de compartilhamento de informações de provas obtidas pela Polícia Federal na operação que apura fraude nos cartões de vacina.
A base do governo Lula articula um plano para convocar o ex-presidente, mas isso só deve ocorrer se for possível ligar Bolsonaro diretamente aos atos de vandalismo. Ainda assim, já estão protocolados um pedido de convocação — quando o depoente é obrigado a comparecer — e um convite — quando o convidado pode negar a participação — a Bolsonaro.
Relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) não descarta a possibilidade de aprovar os requerimentos, mas pondera que ainda é cedo para afirmar. “Se o ex-presidente Jair Bolsonaro será convocado ou não é um debate que poderá ocorrer ao longo do processo. Antecipar agora quem será convocado é temerário. Estamos na primeira fase da investigação”, disse.
A ideia é começar pela aprovação de depoentes como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do ex-major do Exército Ailton Barros.
Os dois foram presos pela operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente, de familiares e de assessores.
Requerimentos mirando Bolsonaro
A reportagem levantou que há cinco requerimentos direcionados ao ex-presidente Bolsonaro até o momento. Ao todo, a CPMI já teve quase 840 solicitações protocoladas até esta segunda-feira (12).