Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, descartou aumento de combustíveis no Brasil a curto prazo. Ele participou do evento “O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore”, que aconteceu no Centro do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira.
-Estamos avaliando as condições todas de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso.
Nesta quinta-feira, o preço do petróleo tipo Brent, usado como referência internacional, está em queda de 0,22%, a US$ 87,10. No último dia 12, chegou a ultrapassar os US$ 90. Segundos dados da Abicom, que reúne os importadores, o preço da gasolina cobrado pela estatal está 20% menor em relação ao cenário internacional. No caso do diesel, a diferença hoje é de 10%.
O último movimento de preços feito pela Petrobras ocorreu em outubro do ano passado, quando a estatal reduziu o valor da gasolina nas refinarias, quando passou de R$ 2,93 para R$ 2,81. No caso do diesel, a queda foi em dezembro (caindo de R$ 3,78 para R$ 3,48).
Em evento nesta quinta-feira, pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Padilha, disse que o impacto do conflito no Oriente Médio deve ser nulo sobre os combustíveis no Brasil.
A declaração de Prates ocorre ainda em um momento de crise na estatal, após críticas feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Padilha. Com isso, surgiram rumores de uma troca no comando da estatal. Nos últimos dias, a crise se estendeu ao Conselho de Administração da estatal.
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, derrubou a decisão da primeira instância e reconduziu à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, um dos representantes da União no colegiado. Ele foi afastado na última semana. Logo em seguida, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu.
Perguntado como estava o clima, Prates disse estar tranquilo. Afirmou ainda que tem agenda constante em Brasília:
–Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia. Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU. Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos – afirmou Prates.
A próxima reunião do Conselho de Administração deve ocorrer amanhã. Havia a expectativa de que o tema da distribuição de dividendos extras estivesse na pauta, mas Prates negou:
–A diretoria já tomou sua decisão. Fizemos a proposta, que está tecnicamente respaldada (de distribuir metade dos recursos). O governo vai orientar os membros do Conselho de Administração. Não está na pauta da próxima reunião do Conselho. Provavelmente, o tema pode ser deliberado durante a assembleia geral de acionistas (no dia 25 de abril) ou depois da assembleia – disse Prates, ao ser questionado por jornalistas.