O governo de Roraima estuda junto ao governo federal formas de viabilizar alternativas de renda para os garimpeiros ilegais que estão na Terra Indígena Yanomami. O objetivo é, após a retirada deles, evitar novas invasões no território e tentar desmobilizar possíveis reações hostis durante a operação de desintrusão dos invasores do maior território indígena do Brasil.
A ideia foi discutida em reunião na noite dessa segunda-feira (6) pelos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Defesa, José Múcio, e o governador de Roraima, Antonio Denarium.
Segundo as informações obtidas pela GloboNews, as autoridades discutiram as ações assistenciais porque precisam viabilizar uma maneira dos garimpeiros se sustentarem. Sem a assistência, eles retornariam para a terra indígena em alguns meses.
A reunião ocorreu após Denarium pedir ao governo federal que auxilie os garimpeiros ilegais a saírem da Terra Yanomami. O pedido aconteceu em meio à grave crise humanitária no território causada pelos invasores e após dezenas de garimpeiros começarem a fugir pela mata e por rios.
A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam ilegalmente na Terra Indígena Yanomami. A ação ilícita deles causou uma crise humanitária sem precedentes no território. São pouco mais de 30 mil Yanomami na área que deveria, por lei, ser preservada. No entanto, tem sofrido com o avanço do garimpo ilegal, que só em 2022 cresceu 54%.
A região enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação. Devido ao avanço do garimpo ilegal na região, crianças e adultos enfrentam casos severos de desnutrição e malária.
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente – com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.