Candidato mais rico do Brasil nas eleições de 2022, Marcos Ermírio de Moraes figurou nesta semana nos noticiários por ser também o único bilionário do país a participar da disputa neste ano. O herdeiro e sócio do Grupo Votorantim declarou ao Tribunal Superior Eleitoral quase R$ 1,3 bilhão, entre dinheiro, bens e aplicações. Mas, certamente, não é apenas sua fortuna que chama a atenção. Marcos debuta na política aos 59 anos. Ele se filiou ao PSDB de Goiás no último mês de maio e concorre a uma vaga no Senado como suplente de Marconi Perillo. O empresário coleciona desde 1985 histórias ligadas a esportes de aventura e velocidade.
Um de seus bens mais importantes é a Fazenda Real, uma das maiores produtoras de laranjas do país, localizada no município de Botucatu (SP). A fazenda possui até uma pista particular de rali. Mas a fortuna ainda inclui aplicações, investimentos e participações societárias.
Nos negócios, Marcos, que também é engenheiro florestal, sempre foi um típico “Ermírio de Moraes”: criou serviços, empresas (incluindo uma marca de cosméticos), organizou fazendas de eucaliptos para alimentar fábricas da Votorantim, além de ser proprietário de várias fazendas de citricultura e agropecuária.
Essa não é a primeira vez que um integrante da família entra para a política. Em 1962, o seu avô e fundador do Grupo Votorantim, José Ermírio de Moraes, foi senador por Pernambuco e depois nomeado ministro da Agricultura do presidente João Goulart —ele ocupou o cargo por cinco meses antes de retornar ao Senado devido ao clima político da época.Marcos é filho de Ermírio Pereira de Moraes e sobrinho de Antônio Ermírio de Moraes. Como parte da terceira geração da família dos fundadores do Grupo Votorantim, durante 14 anos trabalhou diretamente nos negócios da empresa. Quando a companhia adotou a política de transformar os executivos da família em acionistas, Marcos abriu sua empresa de trilhas, enduros e ralis.